terça-feira, 30 de setembro de 2008

A mentira

Fico pensando... Uma tarde de “cuzinhar” miolos; literalmente escaldante! O asfalto da rua fervia, mostrando borbulhas (!). Sério! Qual carioca já a isto não viu? A gente suja o piso da casa com o piche! Moro aqui já alguns anos, vim do sertão... enfim, aqui no verão é quente.
Bom, deixando esse maldito calor de lado, o fato era que eu tinha que ir à cidade resolver uns probleminhas... como todos nós somos curiosos..., tá bom, vai. Fui comprar umas tintas para eu rabiscar umas telas... (?!) Quando desci do metrô, na carioca, dei de cara com dois amigos; um, tava com a cara “amarrada”...
- Fala "véio", tudo bem?
- Tudo...
A mentira, sempre é uma verdade. Ou seja, ela está comprometida com a verdade. Quantas vezes já não mentimos?... porque dizia a verdade. Além do mais, alguém poderia retirá-la dos pecados capitais. Muitas vezes somos inquiridos da verdade, ou seja, alguém quer saber se é mentira, querendo saber a verdade. Não simplesmente a mentira. O que interessa é a expressão da verdade, exibindo a mentira. Poderíamos dizer que “nunca minto, mas tampouco digo a verdade”, no sentido em que pretendo dizê-la agora. A verdade ou a mentira?

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O significado do Juízo Particular, do Purgatório, do Inferno e do Céu

Fico pensando... desde a publicação de "A divina Comédia" por Dante Alighieri, não se pode mais pensar num Inferno, Purgatório ou Céu diferentes daquele exposto na obra; mesmo sem Virgílio ou Beatriz...

O "julgamento" (juízo particular) é feito por nós mesmos. Nesse julgamento, perceberemos aquilo que somos e aparecerá claramente tudo quanto temos feito no caminho do amor-serviço. Esse juízo deve ser apresentado sem disfarces e com toda clareza; cada um de nós perceberá a sua situação real, como eleito ou como condenado, dependendo do acolhimento ou do fechamento por nós mesmos em relação a esse amor de Deus. Acolhimento que se traduz especialmente, no amor-serviço aos marginalizados e excluídos de qualquer tipo (cf. Mt 25,31ss).

O Purgatório é um "estado" de purificação. De fato, pode acontecer que, apesar de sua opção pelo amor, alguém perceba, quando interpelado pelo "juízo", que está precisando de purificação, de uma libertação e integração maiores, para poder viver plenamente a comunhão com Deus. O importante, é a necessidade de uma purificação para que possamos participar da plenitude da vida.

O Inferno é a possibilidade do fechamento trágico em si mesmo; encontra-se incluída na realidade de nossa liberdade, condicionada, mas real. Entretanto, propriamente falando, não é Deus quem condena ao inferno. O inferno é quando o ser humano rejeita toda forma de amor e, diante disso, essa possibilidade real do inferno, as pessoas ficam estarrecidas. Se Deus é amor, como se houve falar com frequência, Ele não pode querer o inferno pra ninguém! mas o ser humano pode rejeitar toda forma de amor. Note-se que o inferno trata-se de uma possibilidade, não se afirma que isso aconteça, de fato. Sabemos sim, que o amor não pode ser imposto pela força... é o fechamento. Essa trágica capacidade de rejeitar o amor constitui o fundamento da possibilidade do inferno.

O Céu é uma promessa de plenitude, expansão total da pessoa em todas as suas dimensões e potencialidades positivas da pessoa. O céu é a comunhão perfeita com Deus e com outros seres humanos, a felicidade perfeita, a presença definitiva e plena de Deus. Céu é a vida eterna (cf. Jo 11, 25-26). De fato só podemos imaginar o que será a plenitude de vida a partir das nossas melhores experiências atuais: experiências de alegria, de paz, de comunhão, de vivência do lúdico... mas com uma novidade e um dinamismo inesgotáveis. Devemos reconhecer que aqui também, que faltam palavras para descrever a maravilhosa realidade da salvação na sua plenitude. Tudo aquilo que a gente falar ou imaginar a respeito dessa plenitude, não passa de uma imagem muito pálida do que é o Céu.


(recorte do Trabalho Teologia-PUC, módulo Antropologia Bíblica)